Details

  • Laatst online: 3 dagen geleden
  • Geslacht: Vrouw
  • Plaats: Brasil
  • Contribution Points: 0 LV0
  • Rollen:
  • toetreden op: december 23, 2020
Mad for Each Other korean drama review
Voltooid
Mad for Each Other
1 mensen vonden deze beoordeling nuttig
by euafatima
aug 23, 2021
13 van 13
Voltooid
Geheel 9.5
Verhaal 9.5
Acting/Cast 10.0
Muziek 9.0
Rewatch Waarde 9.0
Deze recentie kan spoilers bevatten

Doença mental de maneira leve e real

Mais de 24h depois de concluir este drama, sinto necessidade de escrever (muita) porque ele continua reverberando em mim e me causando muita reflexão. E se um drama me faz refletir suas questões por tanto tempo significa que ele é muito bom.
Então essa é minha primeira conclusão sobre "Mad for Each Other": é um drama muito bom. E isso é claro desde o primeiro episódio, que é hilário. Esta é a primeira grande sacada do roteiro: carregar na comédia no episódio inicial e assim criar conexão e empatia pelos protagonistas, afinal, como apresentar personagens com realidades tão difíceis? Se não fosse assim a história seria muito sombria pois doença mental não é um assunto divertido. A segunda grande sacada do roteiro foi unir comédia e doença mental de forma respeitosa. Em nenhum momento ela é caricata ou trata os personagens como idiotas. Não rimos deles mas das situações e como reagem à elas.
Depois disso somos apresentados à outros personagens interessantes, como Samantha, e divertidos, como as senhoras da associação de moradores, e vamos aos poucos conhecendo o passado de Min Kyung e Hwi Oh, entendendo suas dores e torcendo por eles.
E que casal improvável esse, não? (e por isso uma delícia de ver acontecer): o cara com problemas para administrar a raiva e a garota que mais o irrita. Pensando que em terapia uma das maneiras de superar uma situação é enfrentando-a, conviver com Min Kyung foi essencial para a recuperação de Hwi Oh já que ele não podia estourar com ela o tempo todo, especialmente pq ao conhecê-la entendeu que o problema dela era medo de outras pessoas por não conseguir confiar nelas.
É muito bonito de ver a conexão que eles vão criando aos poucos, a confiança que ela vai adquirindo nele e o controle que ele tem com ela, e como essa afinidade vira amizade e então amor, e como esse amor vai ajudando a colar os pedacinhos de cada um e a gente vai acompanhando este caminho de cura de ambos.
Aí chegamos na terceira grande sacada (e talvez a mais difícil de entender) do roteiro: tratar de doença mental de forma real, mostrando que a cura não é linear e que o amor alivia as dores, mas não cura totalmente.
E isso é muito evidente (mas não totalmente perceptível) na Min Kyung nos dois episódios finais. Já estamos tão envolvidos pelo romance e torcendo pelo casal que quando depois de uma série de mal-entendidos e um incidente ela não quer mais Hwi Oh por perto a primeira reação do espectador é de decepção, porque a gente está acostumado com "o amor resolve tudo" e fica sem entender como ela até começou a temê-lo. Mas pessoas com problemas de confiança causada por um trauma levam anos para acreditar em alguém e qualquer coisa pode fazer tudo ruir. No final ela até diz que não consegue viver nem amar de maneira normal pq ela sente medo o tempo todo. Mas a gente sabe que ela o ama e eles continuam juntos mesmo que ela se distancie um pouco e a cena final é uma prova disso.
Conseguindo entender isto posso dizer que o final foi coerente, mesmo não sendo (ainda) o feliz para sempre. Assim até aumentei minha nota aqui de 9 para 9,5. Só não foi 10 pq houve uns deslizes no roteiro nos 4 episódios finais que não vou escrever aqui pois o texto já está longo.
Não assisti a outros dramas sobre o tema mas não sei se existe outro que trate do assunto de maneira tão aberta, e isso é louvável pois doença mental ainda é um assunto tabu mesmo em pleno século XXI e carrega muito estigma, vide uma série de comentários que li sobre o comportamento dos personagens, principalmente da personagem feminina, que mostra o quanto o tema é carregado de preconceito ainda mais quando associado à mulher.
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